A história é contada em ritmo lento que preza principalmente o desenvolvimento dos três irmãos e o quão ressentidos – principalmente Son – são por causa do abandono que sofreram por parte do pai; um ressentimento e ódio alimentandos principalmente por sua mãe.
Mostrando a vida daquela família, é possível observar um cotidiano extremamente simples em subempregos em uma dinâmica ressaltada pela bela trilha sonora muitas vezes melancólica. Sem grandes perspectivas, os irmãos parecem apenas existir. Não há muita diversão naquele meio, apenas trabalho e uma lealdade bastante evidente entre os três. Uma lealdade que os leva até às últimas consequências.
O conflito entre as duas famílias se intensifica, e o diretor se mostra competente nesses momentos, pois parte do ocorrido não é mostrada, mas sugerida a partir do início e do fim de sua ocorrência. Isto é, muitas vezes vemos o início e as consequências das brigas, e o que ocorre entre esses momentos fica a cargo da imaginação do espectador, muito por que não é importante sob o ponto de vista narrativo o que ocorre durante, mas sim o que acarretou e suas consequências. Essa maneira sutil de retratar os assuntos combina com a proposta em termos de condução da trama.
“Separados pelo Sangue” é, portanto, uma história sobre ódio, ressentimento, sobre ficar preso a um passado doloroso, e o quão destrutivo isso pode ser, tudo mostrado de modo sutil em uma dinâmica que busca evidenciar o quão simples é aquele ambiente rural no qual vivem.
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