quinta-feira, 6 de março de 2025

O Dia do Terror (Valentine, 2001)


Nota: ★★

Diretor: Jamie Blanks
Roteiro: Tom Savage, Donna Powers, Wayne Powers
Elenco: Denise Richards, David Boreanaz, Marley Shelton, Jessica Capshaw, Jessica Cauffiel, Katherine Heigl, Hedy Burress, Fulvio Cecere, Daniel Cosgrove...
Gênero: Terror, Suspense
Duração: 1 h 36 min
País: Estados Unidos, Canadá, Austrália 

Muitos filmes de terror que se passam em épocas de feriado surgiram ao longo das décadas, alguns marcando gerações, enquanto outros passaram despercebidos, mas acabaram ganhando uma base de fãs anos após seu lançamento. Entre os clássicos do gênero, temos o sangrento e divertido slasher “Dia dos Namorados Macabro” (1981), e “A Noite das Brincadeiras Mortais” (1986), este último ambientado no Dia da Mentira – ou, como é conhecido nos Estados Unidos, April Fool’s Day. Ambos são marcos do gênero, com o primeiro recebendo reconhecimento imediato, e o segundo ganhando notoriedade alguns anos após seu lançamento. Embora sejam slashers de baixo orçamento, ambos se destacam pela criatividade típica da década, combinada com mortes impactantes e sangrentas e personagens que, mesmo sem grande profundidade, possuem um carisma que torna interessante acompanhá-los. No entanto, “O Dia do Terror”, filme que, assim como o primeiro citado, se passa no Dia dos Namorados, vai na direção oposta a tudo isso.

Sob a direção de Jamie Blanks, o mesmo de “Lenda Urbana” (1998), o filme conta a história de um grupo de universitárias perseguidas por um assassino mascarado no Dia dos Namorados. Na cena introdutória, o diretor mostra um jovem convidando as meninas para dançar no baile da escola (uma tradição comum nos Estados Unidos), mas todas, além de recusá-lo, o humilham, com exceção de uma, que, além de aceitar a dança, acaba beijando o rapaz sob as arquibancadas. Não demora para os outros meninos da escola os notarem. Envergonhada, a menina diz que foi forçada a beijá-lo, o que leva os outros a agredirem o jovem, piorando ainda mais a humilhação que ele já vinha sofrendo durante a noite. O filme, então, faz um corte dessa cena escolar para o ambiente universitário, apresentando os mesmos personagens, mas agora completamente mudados, que serão perseguidos e mortos, um a um, por esse assassino misterioso.

As mortes, que deveriam ser um dos pontos centrais do filme, não empolgam, e isso está diretamente relacionado à falta de criatividade dos envolvidos. O diretor até tenta algo aqui e ali (a moça que morre a flechadas é um exemplo), mas essas tentativas acabam sendo frustradas em meio a tantas mortes genéricas. E mesmo algumas das que se destacam, não chamam a devida atenção por causa do fraco desenvolvimento dos personagens, que não cativam. Se o roteiro fosse capaz de desenvolver durante o restando filme a raiva gerada nos primeiros minutos, na cena do baile da escola, provavelmente tudo seria diferente a partir daquele ponto. Para que isso acontecesse, no entanto, seria necessário um roteiro que soubesse explorar cada uma das personagens que realmente importam, mostrando tanto os motivos que as levaram a agir daquela forma na escola quanto as mudanças que ocorreram ao longo dos anos, mas isso não acontece. Pelo menos não de forma satisfatória. O roteiro permanece na superfície, optando pelas convenções mais fracas e clichês do gênero, além de várias resoluções fácies e personagens descartáveis e desinteressantes. Já o final, propriamente dito, é um ponto positivo, devido a uma reviravolta que, embora óbvia, pode causar certo impacto.

Como slasher, é óbvio que o roteiro não precisa entregar complexidade e profundidade, mas o que deveria oferecer, para garantir um  bom "arroz com feijão", são boas mortes, personagens ao menos cativantes e uma história minimamente interessante. No entanto, parece que os envolvidos estavam um pouco perdidos. Apesar disso, é possível encontrar algumas boas cenas e momentos, como as referências a clássicos do cinema (como “Carrie”, ainda no início do filme) e outras mortes que chamam a atenção (além da morte a flechadas, a cena da morte na banheira merece menção).


(Textos Curtos - Algumas Considerações)

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