quarta-feira, 19 de março de 2025

Sala Verde (Green Room, 2015)

 

Nota: ★★★★

Diretor: Jeremy Saulnier
Roteiro: Jeremy Saulnier
Elenco: Anton Yelchin, Imogen Poots, Alia Shawkat, Patrick Stewart, Joe Cole, Callum Turner, Macon Blair, Mark Webber...
Gênero: Terror, Suspense
Duração: 1 h 35 min
País: Estados Unidos

Uma banda punk underground tem feito shows pelos Estados Unidos da maneira mais fiel ao conceito de "underground": é uma banda simples, pouco conhecida, que só consegue viajar pelo país roubando gasolina aqui e ali e ganhando muito pouco com shows em locais de público reduzido. Após um desses shows, em um local praticamente vazio, a banda recebe o convite para tocar em um festival em um lugar afastado e bem escondido no interior do estado do Oregon. No entanto, há um porém: o festival é de cunho neonazista. 

Com o intuito de provocar a plateia, a primeira música que tocam é "Nazi Punks Fuck Off", do Dead Kennedys, o que cria imediatamente uma atmosfera tensa entre banda e público, com a plateia irritada cuspindo e jogando coisas no palco. A partir da segunda música, porém, os ânimos se acalmam um pouco, e o show segue até seu final sem muitos percalços. Chegando ao camarim, aliviados, o que eles não esperavam, no entanto, era presenciar o assassinato de uma skinhead. É então que a banda é mantida refém nesse camarim, a "sala verde" que dá nome ao filme.

"Sala Verde" é o terceiro longa do diretor Jeremy Saulnier, conhecido por estabelecer tensão, inquietação e angústia como poucos em seus filmes. Aqui, o diretor apresenta de maneira eficiente o perigo iminente que os espera além das portas que os mantêm presos nessa sala. O perigo está por todo lado e é tangível, real. Parte desse mérito é alcançado pela simplicidade com que desenvolve a violência, que, ao contrário do que muitos diretores poderiam ter optado em filmes dessa natureza, leva seus personagens à morte não por meios mirabolantes, com violência extrema ou requintes de crueldade. Quando os assassinatos acontecem, eles impactam porque estão sendo apresentados contra pessoas reais em um ambiente real, da maneira mais verossímil possível, mesmo quando a violência extrema é requisitada. E parte dos acertos envolvendo esse grupo neonazista violento, que tem como propósito propagar a ideologia pelo país por meio desses festivais, se deve ao personagem do icônico Patrick Stewart, que interpreta Darcy, o líder frio e calculista da organização.

Outro fator que ajuda a tornar o filme assustador e inquietante é o fato de que o que se passa na história poderia, de fato, ter ocorrido na vida real. Grupos neonazistas por aí promovem festivais destinados a propagar a ideologia, e, ao contrário do que muitos pensam, há muitas bandas que carregam a bandeira espalhadas pelo mundo, cantando e fazendo apologia a isso. Hoje, 10 anos depois de seu lançamento, o filme continua a impactar pela forma como retrata esses assuntos e merece ser visto, revisto e refletido.

 

(Textos Curtos - Algumas Considerações)  

 

 

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