Heart Eyes (2025)

Nota: ★★½

Diretor: Josh Ruben
Roteiro: Phillip Murphy, Christopher Landon, Michael Kennedy
Elenco: Mason Gooding, Olivia Holt, Gigi Zumbado, Michaela Watkins, Alex Walker, Lauren O'Hara, Latham Gaines, Alex McColl...
Gênero: Terror, Comédia
Duração: 1 h 37 min
País: Estados Unidos, Nova Zelândia

Ainda explorando filmes ambientados na época do Dia dos Namorados, Josh Ruben, diretor de “Um Lobo Entre Nós” (2021), resolve entrar na empreitada de explorar o feriado no gênero slasher, do qual é fã, combinado com comédia (características comuns em sua filmografia). Um pequeno diferencial, no entanto, é o tipo de comédia que o diretor utiliza. Como a data sugere, ele faz piada com comédias românticas, em uma mistura que, embora genérica, diverte. 

Já faz alguns anos, o assassino Heart Eyes vem causando terror aos casais no Dia dos Namorados. O assassino, que veste uma máscara com olhos em formato de coração, poupa os solteiros e assassina, das maneiras mais cruéis, os casais que cruzam seu caminho. Os azarados que o filme acompanha são Ally McCabe (Olivia Holt) e Jay Simmonds (Mason Gooding), um casal improvável. A primeira, vivendo um momento turbulento na empresa onde trabalha, vê-se correndo risco de ser demitida, enquanto o segundo é quem talvez possa tirá-la dessa vaga. Com uma dinâmica na qual claramente um se sente atraído pelo outro, mas cujas circunstâncias os impedem de verdadeiramente se entregarem, o filme passeia entre mortes criativas e sangrentas, com momentos extremamente genéricos e uma comédia água com açúcar que, na maioria das vezes, mais deixa a desejar.

O melhor e mais criativo momento de todo o filme é o começo, em que o maníaco persegue e mata um casal que se propõe em casamento um ao outro ao ar livre, no campo. O assassino, que os vigia de longe, apenas espera o momento certo para pôr em ação as mortes mais divertidas de todo o longa, fazendo um excelente uso de arco e flecha como poucas vezes visto em filmes do gênero (mostrando a “Valentine” como se cria uma cena do gênero). Essa cena é uma excelente apresentação do personagem, que, assim como essas primeiras mortes, no restante, não diminui a intensidade. A cena da van, mais para o final, por exemplo, de fato consolida Heart Eyes como um sádico apaixonado por matar.

Os bons momentos, no entanto, começam a se tornar esparsos em meio a tantas cenas genéricas e clichês que o diretor não consegue evitar. Quando entra na comédia romântica, por exemplo, parece perder um pouco a mão em cenas que destoam do restante. A reunião em que Ally participa, logo no começo, é um exemplo disso: o tom abaixa de forma tão brusca que não parece nem fazer parte do mesmo filme (há outras ao longo do filme que transmitem uma sensação semelhante). A partir disso, demora a retomar o ritmo, deixando as cenas, principalmente as que mostram uma interação entre esses personagens, maçantes – os momentos na delegacia são outro exemplo disso.

No fim, "Heart Eyes" se apresenta como um bom divertimento para uma noite sem muita inspiração, com mortes criativas e uma comédia oscilante que, embora não convença como um todo, entrega boas piadas. Um ponto positivo vai para a roupa do assassino, cuja máscara com olhos em formato de coração evoca a data da maneira mais apavorante possível. Até o momento, o filme não possui um título nacional.

 

(Textos Curtos - Algumas Considerações)