Diretor: Mardi Rustam
Roteiro: Mardi Rustam, Philip Dennis Cannors
Elenco: Neville Brand, Aldo Ray, Tina Louise, John Carradine, Julie Newmar, Karrie Emerson, Bridget Holloman, David Hawk, G.T. Taylor, Keith Fisher, Tony O'Dell, Kelly Parsons.
Duração: 84 minutos
País: EUA
Os anos 80
foram solo fértil para muitos ótimos Slashers. Foi nos anos 80 que vieram
continuações dos “Texas Chainsaw Massacre” (1974) e “Halloween” (1978), por
exemplo. Filmes que viraram franquias e deram origens a uma infinidade de
continuações, sendo algumas delas boas, outras ruins, e tantas outras perdidas
no meio disso. Jason, ao contrario, já nasceu dentro dos próprios anos 80 com o
“Friday the 13th” e também virou franquia com suas também inúmeras
continuações. Não se pode esquecer também de Freddy, extremamente popular à
época - até hoje, aliás. Bom, pode-se dizer que essa foi a década de ouro dos Slasher. Vale
ressaltar, no entanto, que nem tudo que foi feito dentro do subgênero é digno
de nota, e é aí que entra o “Evils of the Night” (1985), produção bem capenga, porém divertidíssima que mistura dois mundos, o dos já falados Slashers, e também da
Ficção-Científica.


O filme
começa com uma nave alienígena pousando na floresta à noite. Enquanto isso
alguns casais desavisados se divertem na redondeza, sem ter a mínima ideia do
grande mal que os aguarda. Como todo Slasher que se preze, este não se difere
muito dos outros quando o assunto é nudez e sacanagem. Aqui as coisas já
começam com sexo. Um casal se encontra sob uma árvore e protagoniza a cena mais
hilária de todo o filme. Enquanto fazem sexo, alguém, provavelmente relacionado
à nave que acabou de pousar, chega e enforca o namorado, por detrás, com uma
corda. A mulher, de quatro e tendo o que parece ser a melhor transa de sua vida, não percebe e continua a todo vapor. Ela só percebe
que tem algo de errado quando, depois de alguns minutos, seu namorado já morto simplesmente para. Ela percebe o que está acontecendo, e é aí que ela parece ser capturada por esse alguém. Não
muito distante dali, outro casal também se dá muito mal, ambos sendo
capturados.



Descobre-se
em seguida que todos os capturados são levados a um hospital para terem suas
plaquetas extraídas de seu sangue. Os extraterrestres que pousaram no local
usam o hospital como uma base científica para esse fim. Liderados pelo Dr.
Kozmar (interpretado por um John Carradine aparentemente precisando de dinheiro, pois só pode ser essa a explicação mais plausível para aceitar participar disso), a equipe é formada por mais quatro extraterrestres, todas
mulheres, sendo duas cientistas, Dr. Zarma (Julie Newmar) e Cora (Tina Louise,
que os fãs do gênero devem reconhecer por seu papel como Charmaine Wimpiris em
“The Stepford Wives”, filme de Bryan Forbes, de 1975) que são responsáveis por
extrair as plaquetas, e mais duas outras, que são responsáveis por levar as
pessoas para dentro dos quartos, como se fossem enfermeiras e também vigias, ou coisa parecida
(a propósito, todas as cenas com Carradine, Newmar e Louise foram filmadas dois
anos antes, em 1983, em um único dia; agora saber por qual motivo isso aconteceu é um mistério). Todos eles possuem uma aparência humana
que em nada lembra um extraterrestre. Um recurso muito usado, aliás, em
produções cujo orçamento não permite maquiagens e efeitos especiais mais
elaborados. No entanto, em termos de história, o roteiro não busca explicar por
que eles possuem essa aparência humana, embora deveria ter explicado. Eles apenas a têm e fica por isso
mesmo. Já a extração das plaquetas, por sua vez, é bem explicada. A injeção de
plaquetas em seus corpos pode prolongar suas vidas em até mais de 200 anos.
Como sua população tem envelhecido rápido e declinado por causa disso, acaba que a procura por jovens para
esse fim se mostra bastante urgente.


Enquanto
isso, com relação ao casal capturado lá no comecinho e que foi levado ao hospital, o namorado ainda
tenta escapar, mas é morto do lado de fora do hospital por meio de um raio
verde que é disparado de um anel usado por uma das extraterrestres. Todos eles
usam esse anel e, mais adiante, descobre-se que esse raio é chamado de poder
supremo. É um raio muito potente e por isso não pode ser usado com muita
frequência, caso contrário esses seres podem enfraquecer ainda mais. Por que
isso acontece não é bem esclarecido.
Após tudo
isso, um novo grupo de jovens é apresentado se divertindo num lago, sendo cinco
deles os que serão acompanhados mais de perto durante a trama. O grupo é
constituído pelos solteiros Brian (David Haw), Connie (G. T. Taylor) e Heather
(Bridget Holloman), e pelo casal Nancy (Karrie Emerson, que os fãs a
reconhecerão como a Linda Stanton de “Chopping Mall”, de 1986) e Ron (Keith
Fisher). Um outro casal aleatório também é apresentado, mas não possui
relevância alguma para a trama. Após estes dois serem apresentados no lago
durante a tarde, eles voltam a aparecer novamente à noite arrombando a porta de uma casa
abandonada para transarem lá dentro. No meio do ato, eles escutam um som
estranho dentro da casa, e então o namorado resolve parar tudo para checar (pra
variar, afinal de contas é uma regra isso, ao que parece!), mas por incrível que pareça, ele não morre, nem se fere, nem nada. Nenhum dos dois morre,
aliás. Eles resolvem sair do local para nunca mais darem as caras. São dois dos personagens mais aleatórios e sem relevância já mostrados em um filme.

O foco,
agora, volta a ser do grupo principal. Como já é tarde estão todos se
aprontando para dormir, com os três solteiros se ajeitando perto do lago, e o casal,
Ron e Nancy, se afastando dali - pois resolveram se divertir mais um pouco, se é que me entende -, para terem
privacidade. O que acontece então é a coisa mais óbvia: os dois acabam sendo
sequestrados. Nancy é levada de prontidão para dentro do hospital, já Ron tenta
fugir, mas a fuga acaba se mostrando inócua, pois mesmo lutando ele é parado
por um dos capangas (que não demorarão a ser apresentados na história) com
uma pancada na cabeça. No dia seguinte, ao notar o desaparecimento dos dois, os
que restaram saem à procura. Com o
carro resolvem ir à cidadezinha mais próxima e param, por pura conveniência e
obviedade, na oficina onde trabalham os capangas Kurt (Neville Brand) e Fred
(Aldo Ray), que sequestraram não somente seus amigos, mas todos os outros
jovens desaparecidos. Como os dois já estavam à espreita durante a noite, eles
sabiam que o casal que eles sequestraram tinha confidenciado aos seus amigos seus planos de
fugirem para se casarem; a ideia deles seria ir embora naquele exato momento da noite. Ir embora e não olhar para trás. Portanto o que acontece é que essa história do casamento é
justamente a informação dada pelos dois na oficina. É dito que o casal passou ali por perto para pedir informações, pois estavam indo se casar. Os três, desapontados por pensarem que
foram abandonados, voltam ao lago para aproveitar o que lhes reta.

O que não é
espanto para ninguém é o fato de que os três que sobraram também acabam sequestrados.
Primeiro, as meninas, que tentam fugir e lutar, mas acabam presas na oficina
dos capangas no final das contas. Em segundo lugar, Brian, que acaba sendo
sequestrado e levado para o mesmo lugar. É nesse cenário que acontece algumas
das sequências mais estranhas, no pior sentido da palavra. Connie consegue
soltar a si mesma das amarras, mas não seus amigos, como já era de se esperar de um filme como este. Como último recurso, ela
tenta acertar um dos capangas com um bastão de ferro, mas, pra variar, falha, o
que acaba acarretando sua morte violenta por meio de uma furadeira elétrica (bela morte, a propósito).
Heather, ao contrário, consegue lutar e matar o vilão, após quase ser estuprada
momentos antes. Antes de desamarrar Brian, porém, o outro capanga chega e a
persegue. Brian acaba se libertando sozinho pouco tempo depois.
Enquanto
tudo isso acontece, Nancy escapa do hospital, após ver seu namorado morto (ele
não aguentou as inúmeras extrações de sangue), e é quem salva Heather do capanga que
restou. O surpreendente disso tudo, no bom sentido agora, é que Nancy, a garota
que parecia ser uma das protagonistas, acaba morrendo da forma mais cruel: ela
é assassinada friamente a machadas por um vilão enfurecido pela morte de seu amigo e com sangue nos olhos de ira. Ressaltando, isso tudo é positivamente surpreendente porque o filme dá a entender que ela seria uma das
sobreviventes, no entanto o final de sua história acaba com essa bem-vinda reviravolta. Enquanto tudo isso acontece, Dr. Kozmar e o resto decidem partir com urgência do planeta. Uma partida que refletirá no final da jornada de terror dos poucos que ainda sobrevivem.
Para
encerrar a trama, então, Brian, que há pouco se soltou das cordas, salva Heather de
ter seu fim parecido com a da amiga morta a machadadas. Retirando o machado da mão do capanga bem
no momento em que este ia desferir o golpe, os dois lutam até o vilão ser enfim
morto pelo poder supremo que é imprevisivelmente desferido nele a partir da
nave extraterrestre que está de partida. Após problemas no hospital e a
urgência de levar as plaquetas para o planeta deles, eles precisavam partir dali o mais rápido possível caso contrário eles poderiam morrer ali mesmo na Terra. Curioso é o motivo que levou os
extraterrestres a matarem o último capanga. Na verdade não chega a ser tão
curioso assim, visto que os dois se mostraram extremamente ineficientes durante
todo o filme.

Assim, o
filme não entrega absolutamente nada demais. Na verdade nada mesmo. Começa regado a peitos e sacanagem,
o que se restringe apenas a esse começo mesmo, e depois a nudez simplesmente acaba. Mais adiante algumas
garotas correm de calcinha para lá e para cá de vez em quando, porém usando camisa, não passando disso. Aliás, falando em peitos, duas atrizes pornôs foram convidadas a atuarem
no filme pelo motivo de que estava difícil para o diretor encontrar atrizes de
cinema dispostas a aparecerem nuas. A atriz pornô Crystal Breeze aparece
totalmente nua numa cena da floresta no começo, já a atriz pornô Jody Swafford
aparece fazendo topless com a atriz Traci Escobar (que nada tem a ver com o narcotraficante colombiano) enquanto uma esfrega protetor
solar no corpo da outra. Escobar era amiga de Swafford e aceitou participar do
filme por causa dessa amizade, e também por achar interessante participar
do que seria sua primeira aparição no cinema. Primeira e única, aliás.
Inspirado no
filme “The Day the Earth Stood Still” (1951), como declarou o próprio diretor,
é evidente que aqui as coisas não funcionaram bem. Muita coisa ficou
comprometida por causa da precariedade da produção e baixo orçamento. As cenas de
perseguição não convencem, assim como as de embate também não. As mortes, por
causa do orçamento minguado, são todas off screen, com exceção de uma ou outra
que aparece timidamente na tela. No entanto, é uma diversão esse filme, porque muito
disso acaba se tornando humor involuntário, e de boa qualidade. É uma típica excelente podreira dos anos
oitenta. Assim dito, esse filme é uma espécie de gosto adquirido. Mergulhe
fundo apenas se for fã de filmes assim, pobres e obscuros. Se for o caso, o prato vem cheio.
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