Nota: ★★★
Diretor: Warren Skeels
Roteiro: Sharon Y. Cobb, Warren Skeels
Elenco: Madison Wolfe, Brec Bassinger, Ali Larter, Sean Astin, Skai Jackson, Gavin Warren, Noah Lomax, Addison Riecke...
Gênero: Suspese
Duração: 1 h 45 min
País: Estados Unidos
Entre 1975 e 1980, um assassino em série aterrorizou uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos, perseguindo, sequestrando e estuprando jovens mulheres. A história desse assassino é menos conhecida do que a de outros casos semelhantes. Seu nome era William Mansfield Jr., e sua identidade foi descoberta apenas após a polícia encontrar os corpos de quatro vítimas em sua propriedade. Ao optar por centrar o filme em uma vítima que conseguiu escapar do assassino, o diretor Warren Skeels deixa de lado aspectos relacionados ao criminoso, como suas motivações por exemplo, com o objetivo de reduzir os holofotes sobre sua figura e, assim, focar nas mulheres que sofreram em suas mãos, com ênfase nessa vítima específica.
Madison Wolfe (que em "Invocação do Mal 2" fez o papel de Janet Hodgson, a menina possuída) interpreta Annie Williams, uma jovem em processo de crescimento e amadurecimento. Uma aventureira que gosta de andar a cavalo e ouvir rock 'n' roll, ela se apresenta como o oposto da irmã, com quem não mantém um bom relacionamento justamente por essas características, que a irmã, Margaret Williams (Brec Bassinger, conhecida como Courtney Whitmore da série "Stargirl"), considera inadequadas para uma mulher. Na escola, Annie se apaixona pelo recém-chegado Mark (Noah Lomax, que interpreta Connor Nash em "99 Casas"), que gosta basicamente das mesmas coisas. Sua vida, porém, vira de cabeça para baixo quando, certo dia, ela percebe que está sendo seguida por uma van branca.
Com o elenco contando ainda com Ali Larter (Clear Rivers do primeiro "Premonição") e Sean Astin ("Senhor dos Anéis" e "Os Goonies"), que interpretam, respectivamente, Helen Williams e Richard Williams, seus pais, o filme segue até o final sem revelar qualquer pista sobre o assassino e os motivos que o levaram a perseguir, molestar e matar essas jovens. O objetivo é seguir na contramão do que muitos filmes fazem atualmente, que é dar demasiado holofote aos assassinos, em vez de focar no que realmente importa: as vítimas.
É uma abordagem diferente das demais, que oferece uma perspectiva diferente dos acontecimentos, afinal o foco são as vítimas, em especial a protagonista. Annie, mesmo apavorada, não consegue convencer os pais sobre o possível perseguidor, o que a deixa, até certo ponto, vulnerável diante dos eventos. O roteiro aborda tudo isso de maneira a maximizar o terror que a jovem passa a sentir quando se depara com a van branca, e assim, construir um ambiente de pavor que se sustenta inclusive pelo mérito do desenvolvimento de um ambiente familiar: a irmã, por exemplo, embora desaprove e até implique – coisas normais entre irmãos na adolescência –, demonstra a sua maneira, desde o início, o amor que sente pela outra. O espectador, por outro lado, já sabe o que está por trás da situação, visto que o roteiro revela parte do modus operandi do assassino ao longo do filme, em uma espécie de contagem regressiva macabra, mostrando os sequestros nos anos anteriores até chegar à data atual.
O grande problema, no entanto, é a repetição excessiva de alguns eventos, que está diretamente relacionada à falta de criatividade do roteiro, que insiste em mostrar acontecimentos diferentes da mesma maneira, repetindo-os e estendendo-os mais do que o necessário. Exemplos disso são as cenas que mostram o assassino sequestrando mulheres nos anos anteriores e a luta da menina para convencer os pais. As interações entre os personagens também deixam a desejar, principalmente as que envolvem Annie, seu interesse amoroso e suas colegas de escola, o que pode quebrar a tensão e desviar a atenção do espectador.
(Textos Curtos - Algumas Considerações)
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