(This Island Earth, 1955)
Diretor: Joseph M. Newman (como
Joseph Newman)
Roteiro: Raymond F. Jones, Franklin
Coen, George Callahan
Gênero: Ficção Científica
Duração: 87 minutos
País: Estados Unidos
A década de cinquenta foi um celeiro
de criatividade. Produtoras e diretores com pouco a investir depositavam toda
sua paixão e criatividade nessas obras de ficção de maneira a compensar o baixo
investimento. Essa criatividade deu vida a obras que hoje em dia são extremamente
cultuadas pelos fãs do gênero. “Guerra Entre Planetas” é um desses exemplares
que se tornaram verdadeiros clássicos. Entretanto esse status não encobre suas
falhas e sua história altamente esdrúxula. Tão esdrúxula, aliás, que é
impossível não se divertir com os exageros e bizarrices apresentadas na tela,
sendo um dos charmes do filme.
Um dos motivos pelo qual este
se tornou um clássico é pelo fato de ter influenciado boa parte das
obras que viriam a ganhar vida nos anos seguintes. Os aparatos usados na
trama como computadores gigantes cheio de luzes, trajes espaciais prateados,
cenários construídos e pintados à mão, além, é claro, de um monstro
extraterrestre maligno determinaram um padrão estético exaustivamente copiado
pelas obras subsequentes. Aliás acredito que talvez este seja o filme que melhor defina toda essa década, esteticamente falando. O que não quer dizer, obviamente, que seja o melhor.
Dr. Cal Meacham (Rex Reason) é um
cientista especialista em energia nuclear que certo dia recebe um convite de um
amigo de profissão, Exeter (Jeff Morrow), para juntar-se a outros cientistas,
numa mansão enorme isolada no campo para trabalhar com pesquisa. Além de Dr. Cal, outros cientistas também são
recrutados. O que eles não sabem, a princípio, é que as pessoas que os contrataram são alienígenas e essas pesquisas visam
reconstruir a camada de força que protege o planeta deles,
planeta Metaluna, contra as investidas de Zagon. Dois planetas que vivem em
guerra há muito tempo e cujos ataques de Zagon comprometeram essa camada
protetora. Além de Exeter, há também Brack (Lance Fuller), seu comparsa. Ambos
foram enviados a Terra pelo líder de seu planeta, Monitor (Douglas Spencer),
para recrutar essas pessoas.
Os anos cinquenta foram tomados por
um constante medo da invasão comunista e uma possível guerra nuclear. Claro que
os filmes desta época não deixariam de tratar, por meio de metáforas e
analogias, o medo da população. Ao saber da intenção de Exeter e seu comparsa,
Dr. Cal e seus amigos fogem para, pouco tempo depois, serem abduzidos e levados
a Metaluna para poderem ver, com os próprios olhos, a ruína na qual o planeta
está prestes a se tornar. O que eles não sabiam - e então surge uma reviravolta -,
é que o líder supremo do planeta, Monitor, não quer apenas a tecnologia para
reconstruir essa tal camada protetora, ele quer literalmente tomar
o lugar do Planeta Terra, controlando as pessoas e aprisionando-as numa
escravidão mental da qual nunca escapariam. E é então que entra a analogia e
metáfora sobre uma possível invasão comunista. Isso, aliás, também veio a ser utilizado
em praticamente todos os filmes que viriam nos anos seguintes.
A cereja no topo do bolo vem quando
finalmente aparece o extraterrestre bizarro que sempre visa capturar a moça,
neste caso a cientista amiga de Cal, Dra. Ruth Adams (Faith Domergue). Uma
criatura com cérebro gigante, olhos enormes, braços longos e de corpo composto por
cores verdes foscas com um vermelho igualmente fosco... Enfim, é um show a
parte!
Obviamente que, visto nos dias de
hoje, os efeitos podem soar extremamente datados, o que é completamente compreensível
visto a época na qual foi feito e os recursos utilizados. Como boa parte desses filmes, o
espectador comum não muito acostumado precisa comprar a ideia da produção para
se divertir. Caso isso aconteça, a diversão
é certa, inclusive com promessa de algumas gargalhadas, afinal é um pouco
difícil não rir dos exageros, da canastrice dos atores e da própria história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário