Nota: ★★★★
Diretor: Arthur Hiller
Roteiro: Earl Barret, Arne Sultan, Marvin Worth
Elenco: Richard Pryor, Gene Wilder, Joan Severance, Kevin Spacey, Alan North, Anthony Zerbe, Louis Giambalvo...
Gênero: Comédia
Duração: 1h 43min
País: Estados Unidos
Muito provavelmente este vai ser um dos filmes com a história mais inusitada e maluca da sua vida. Richard Pryor e Gene Wilder, dois dos grandes gênios da comédia norte-americana, interpretam Wally e Dave, respectivamente, duas pessoas completamente diferentes, que acabaram de se conhecer, e que se metem em um problema quando um homem, conhecido de Wally, é assassinado na loja onde Dave trabalha. O crime acaba envolvendo os dois protagonistas, que são presos sob a suspeita de serem os assassinos. A partir daí, ambos precisam dar um jeito de fugir, pois, além da polícia, dois outros assassinos, Eve (Joan Severance) e Kirgo (Kevin Spacey), os perseguem para tomar posse do que acham que estão com os dois: a moeda de ouro que o homem assassinado estava carregando.
Um buddy movie então se desenha, com os dois fazendo as coisas mais inusitadas possíveis para se livrarem do problema e provarem que são inocentes. E o melhor ponto de tudo é o fato que o título nacional traz em suas linhas: Wally é cego e Dave, surdo. A partir disso, dá para se ter uma ideia do quão absurdas serão as cenas. É um tipo de humor que (infelizmente!) não se vê com frequência hoje em dia.
A interação e a química entre os personagens são excelentes e resultam em momentos hilários – chego lá em breve –, mas cada um também tem seus momentos individuais capazes de fazer chorar de rir os fãs desse tipo de humor politicamente incorreto e imbecil; por exemplo, uma das cenas mais engraçadas é quando Dave ameaça Eve, a assassina, com uma suposta arma apontada para ela em seu bolso. O que acontece é que o que está apontando para a mulher – que acabou de sair do banho, é importante mencionar – é algo bem diferente (!!!). Wally, por sua vez, protagoniza um embate à mão armada com outro cego, que provavelmente é o ponto mais alto de todo o filme em termos de comicidade. E uma das melhores cenas envolvendo os dois é quando estão fugindo da polícia em uma viatura roubada (o que acontece logo no início) – claro, não é necessário dizer qual dos dois personagens está dirigindo –, o que já demonstra o tipo de humor e sequências absurdas que virão a seguir.
Em um filme como esse, é necessário abraçar o absurdo logo nos primeiros minutos para aproveitar a diversão prometida, e o filme, embora comece um pouco morno, nunca deixa de abraçar esse absurdo. Além do mais, ele se desenvolve de forma crescente nesse sentido. O fato de tratar de assuntos que hoje são muito delicados pode afastar muita gente (com toda certeza, esse filme não seria feito hoje), mas os anos 80 foram uma época especial e bastante diferente, em que a liberdade no humor era (felizmente!) maior, e isso é outro ponto a ser considerado. Dito isso, o filme vale a pena ser visto pela parceria entre os dois grandes atores, mas não apenas por isso; a comédia apresenta genuinidade no que se propõe desde os primeiros minutos, e também por ser menos conhecido. Se você é fã desse tipo de humor, mergulhe fundo sem medo de ser feliz.
(Textos Curtos - Algumas Considerações)
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