Nota: ★★★★
Diretor: Vincenzo Natali
Roteiro: André Bijelic, Vincenzo Natali, Graeme Manson
Elenco: Nicole de Boer, Maurice Dean Wint, David Hewlett, Andrew Miller, Nicky Guadagni, Julian Richings, Wayne Robson.
Gênero: Ficção Científica, Suspense
Duração: 1h 30min
País: Canadá
Em 2004, estreava nos cinemas “Jogos Mortais”, filme que chamou atenção pela simplicidade e pela imensa criatividade, no qual um assassino colocava armadilhas em locais, obrigando as vítimas a descobrirem certos enigmas para se livrarem dessas armadilhas e sobreviver. James Wan, um dos diretores do filme, tirou sua ideia de alguns filmes anteriores, sendo um deles o excelente “Cubo”, filme de 1997 dirigido por Vincenzo Natali.
Após acordarem em um quarto estranho, os personagens – sendo eles um policial (Maurice Dean Wint), um ladrão (Wayne Robson), uma matemática (Nicole de Boer), um arquiteto (David Hewlett), um autista (Andrew Miller) e uma psicóloga (Nicky Guadagni) – logo percebem que terão de lutar pelas suas vidas, uma vez que o quarto possui inúmeras armadilhas letais. Os quartos, que são cubos, na verdade, possuem pequenas passagens em cada um dos cantos, e, para sobreviverem, eles precisam migrar de lugar para lugar, superando os desafios impostos por essas armadilhas.
O filme é uma aula de como criar tensão. Focando na
personalidade de cada um, em muitos momentos, o maior inimigo não se apresenta na
forma do cubo em que estão, com suas inúmeras passagens e outros tantos cubos
interligados, mas sim na forma deles próprios. A maneira como cada um lida com
as dificuldades e com as próprias emoções dita, em muitos momentos, seus
comportamentos frente ao perigo. Acaba sendo um excelente estudo sobre o
comportamento humano e suas atitudes frente a situações de risco. É a maneira como lidam com isso que vai definir se eles sobreviverão ou não.
Além disso, todo o mistério por trás daquilo aguça ainda
mais a curiosidade e o interesse pelo desfecho (que pode incomodar alguns, pois
não explica tudo de forma mastigada ao espectador). Afinal, qual a finalidade
daquele local e quem o construiu? Será que é um experimento social macabro
feito por algum governo, ou talvez um bilionário entediado? Ou será que são
seres de outro lugar que estão por trás? Todo o mistério e a jornada dessas pessoas até o desfecho é ótimo de acompanhar.
Depois desse, vieram outras continuações: "Cubo II - Hipercubo" (2002) e "Cubo Zero" (2004), com orçamento
maior, pouca criatividade e inventividade, e com o intuito de explicar mais do
que deveria ser explicado. O que evidencia ainda mais que, para a criação de um excelente filme, mais do que explicações excessivamente simplificadas em um roteiro mastigado e orçamento inchado, o que realmente importa é a criatividade e como o roteiro e o diretor a desenvolvem, sendo esse o principal fator, o qual "Cubo" tem de sobra.
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