sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Desconhecido (Unknown, 2011)

 

Nota: ★

Diretor: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Oliver Butcher, Stephen Cornwell, Didier Van Cauwelaert
Elenco: Liam Neeson, Diane Kruger, January Jones, Aidan Quinn, Bruno Ganz, Frank Langella, Sebastian Koch, Olivier Schneider...
Gênero: Suspense, Ação
Duração: 1h 53min
País: Reino Unido, Alemanha, França, Estados Unidos

Após chegar a Berlim para uma palestra em um congresso sobre biotecnologia, Dr. Martin Harris (Liam Neeson), acompanhado de sua esposa, Elizabeth Harris (January Jones), já no hotel, descobre que uma de suas bagagens ficou para trás no aeroporto. Harris, então, volta para buscá-la, mas acaba se envolvendo em um acidente de carro, no qual o táxi, dirigido por Gina (Diane Kruger), sofre um acidente e acaba caindo no rio. Desacordado, ele é levado ao hospital, onde fica em coma por quatro dias. Quando recobra os sentidos e tenta voltar para o hotel e sua esposa, descobre que um impostor, interpretado por Aidan Quinn, assumiu o seu lugar. A partir disso, Harris passa a ser perseguido, sem entender o porquê, enquanto tenta recuperar sua identidade e provar toda a farsa envolvendo o outro Dr. Martin.  

Liam Neeson tem já, há muito tempo (desde meados dos anos 2000 para cá), cada vez mais deixado de lado aquele cinema que o consolidou como um astro, com filmes marcantes como “A Lista de Schindler” (1993), por exemplo, para se dedicar a filmes de ação cada vez menos cerebrais. Neste exemplar, aliás, ele não foge à regra. Investindo mais na ação do que no suspense, o diretor conduz o ator em meio a uma trama conspiratória intrincada na qual prioriza as sequências de tiroteios, com algumas pitadas de suspense que envolvem a conspiração na qual se meteu.

Dito isso, o filme é realmente muito divertido de se ver; há boas sequências de luta e tiroteio, mas também há um suspense. Acompanhar a trajetória de Harris para, junto dele, tentar resolver o mistério que se criou é um bom exercício, pois o espectador, assim como o personagem, não sabe de muita coisa. Ou seja, acaba que o papel do espectador é praticamente o mesmo. Ele passa a se importar, principalmente por causa do carisma de Harris e dos personagens adjacentes. Gina, por exemplo, tem papel fundamental nisso. E a revelação, já no terceiro ato, embora não surpreenda muito, ainda surte certo efeito. 

Por outro lado, muita inconsistência pode ser vista. Por exemplo, como um hospital libera um paciente sem documento algum (lembrando que ele é um estrangeiro cujo passaporte desapareceu), recém-saído de um coma de 4 dias? E a verificação que a polícia faz, ainda no começo, para saber realmente quem é o personagem, é risível de tão simplória. Sem contar a fragilidade que envolve a única lembrança do personagem, que é a foto tirada com a esposa em algum bar ou café, em algum lugar qualquer.

O roteiro até tenta explicar algumas delas no seu terceiro ato, mas toda fragilidade por trás disso deixa uma insatisfação. Mesmo assim, o resultado final é um feijão com arroz bem feito; há boas doses de suspense, boas sequências de ação, personagens carismáticos e uma boa revelação. Fica como destaque as participações de Frank Langella e Bruno Ganz, que protagonizam uma das cenas mais legais de todo o filme.

 

(Textos Curtos - Algumas Considerações

 

 

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