quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Prova Final (The Faculty, 1998)

Nota: ★½

Diretor: Robert Rodriguez
Roteiro: David Wechter, Bruce Kimmel, Kevin Williamson
Elenco: Jordana Brewster, Clea DuVall, Laura Harris, Josh Hartnett, Shawn Hatosy, Salma Hayek, Famke Janssen, Piper Laurie, Christopher McDonald, Bebe Neuwirth, Robert Patrick...
Gênero: Terror, Ficção Científica
Duração: 1h 44min
País: Estados Unidos, México 

Graças a Wes Craven, uma onda de filmes de terror teen deu início a partir da segunda metade dos anos 1990, após o lançamento de seu filme “Pânico” (1996), em que um assassino usando uma máscara de fantasma perseguia e matava adolescentes e jovens adultos na universidade. Dentre os filmes que vieram, um dos mais bem-sucedidos nas bilheterias dessa safra foi “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado”, que surgiu logo no ano seguinte, já embalado por essa onda.

Um filme menos falado, mas igualmente influenciado, é o objeto de análise deste texto, “Prova Final” (1998). As influências são nítidas e tornam-se ainda mais óbvias quando se sabe quem é a equipe por trás. Kevin Williamson foi o responsável pelo roteiro, tendo inclusive sido o responsável pelo roteiro do filme de Craven e sua continuação, e também do segundo citado no parágrafo acima, roteiro este, aliás, desenvolvido a partir de um argumento criado David Wechter e Bruce Kimmel. A direção ficou a cargo de Robert Rodriguez, que vinha de uma boa sequência com “A Balada do Pistoleiro” (1995) e “Um Drink no Inferno” (1996). O elenco conta com rostos conhecidos tais como Salma Hayek, Robert Patrick, Josh Hartnett, Elijah Wood, entre outros.

A história, inspirada no romance “Invasores de Corpos”, de Jack Finney, conta a história de uma invasão alienígena na escola na qual se passa o filme quando o treinador do time de futebol americano, Willis (Robert Patrick), recebe uma visita misteriosa após os treinos. Nesse mesmo dia, à noite, o professor assume um comportamento estranho e persegue a diretora Drake (Bebe Neuwirth), capturando-a para usar o seu corpo também como hospedeiro desse ser. Então, dá-se início à infestação, cujos alunos Delilah (Jordana Brewster), Stan (Shawn Hatosy), Zeke (Josh Hartnett) e Casey (Elijah Wood), Stokely (Clea DuVall) e Marybeth (Laura Harris) são alguns dos que serão perseguidos.

Seguindo a fórmula, os personagens apresentam as já famosas características: o tímido e calado (Casey), a maldosa e metida (Delilah), o esportista (Stan), a calada e considerada lésbica (Stokely), a novata, que tenta a todo custo se enturmar (Marybeth) e o rapaz que vende drogas e outras substâncias ilícitas (Zeke). Cada um muito diferente do outro, mas que terão de se unir para derrotar os professores, que, aos poucos, começam a ter seus corpos tomados por esse ser vindo do espaço.

Logo, um clima de paranoia se instala. Conforme a história se desenrola, não dá para saber com certeza quem foi ou não tomado, e por isso precisam agir cautelosamente. Assim, essa ameaça iminente e constante passa a controlar o ambiente, afinal, qualquer um ali pode vir a ter seu corpo tomado, caso um pequeno deslize aconteça. O grupo, então, cria um plano. Eles imaginam que, ao descobrir o líder, matando-o daria um fim a tudo. Mas a tarefa não é nada fácil, pois, além da dificuldade de se descobrir quem é o professor tomado pela criatura alfa, há ainda o perigo no método adotado para mata-lo, que é justamente aplicando à criatura uma das substâncias vendida por Zeke. Ou seja, quem o fizer precisará estar em contato físico com a criatura.  

O dinamismo e as interações são bem desenvolvidos pelo diretor e roteirista, que criaram personagens carismáticos, os quais contribuem para o bom resultado final. A relação entre alunos e professores é divertida de se ver, também. Geralmente, os alunos não costumam enxergar os professores como amigos, mas, muitas vezes, como uma espécie de “inimigo”. O próprio treinador do time é uma prova disso. Claro, é bom deixar evidente que nem todos os alunos os enxergam dessa forma e nem todos os professores possuem um comportamento mais engessado; no entanto, em se tratando dos anos 1990, essa era uma característica presente, e essa relação mostrada no longa é divertidíssima.

Dentre as homenagens e citações (incluindo uma a Stephen King, por exemplo), a mais divertida de todas é a cena em que testam a droga de Zeke, em uma clara homenagem ao filme de mestre Carpenter “O Enigma de Outro Mundo” (1982).

Prova Final” é, portanto, uma mistura de ficção-científica e de filmes slashers que vieram na segunda metade dos anos 90. Não inaugura nada novo, reutiliza uma fórmula já criada antes que vinha dando muito certo, mas o faz de forma fluida e divertida de se ver. Releve alguns problemas, como um ou outro erro de continuidade e algumas atuações que chegam a doer de tão ruins, e o resultado final é diversão pura.   

 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sessão Dupla: Os Goonies (1985) e Conta Comigo (1986)

      Os Goonies (The Goonies, 1985) – Richard Donner Conta Comigo (Stand by Me, 1986) – Rob Reiner Dentre as várias combinações possíveis...