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Diretor: Awi Suryadi
Roteirista: Lele Laila e Mizter Popo
Elenco: Shenina Cinnamon, Diandra Agatha, Yesaya Abraham, Sonia Alyssa, Sarah Felicia, Jessica Shaina, Nyimas Ratu Rafa, Irgi Fahrezi, Bunbun Melly, Aqeela Dhiya...
Gênero: Terror/Suspense
Ano: 2024
PaÃs: Indonésia
Duração: 109 minutos
À procura de algum filme desconhecido de um paÃs diferente, em busca de alguma pérola perdida, acabei me deparando com esse lançamento, filme da Indonésia baseado num podcast aparentemente muito famoso – que eu desconheço, diga-se de passagem. O continente asiático é conhecido por entregar bons filmes de terror. A Coreia do Sul e o Japão mesmo são um celeiro de grandes filmes do gênero, seja do passado ou lançamentos. A própria Indonésia possui bons filmes de terror e por essa e outra resolvi dar uma chance a esse.
Mawar (Diandra Agatha) é uma jovem que acabou de completar 20 anos de idade. Suas amigas Vey (Shenina Cinnamon) e Kartika (Sonia Alyssa), inseparáveis, fazem um bolo para comemorarem a data, ainda na universidade onde estudam. Naquele mesmo dia, à noite, Mawar vai ao cemitério onde o falecido pai foi enterrado e faz um pedido; como já tem idade o suficiente, pede ao pai que a permita arrumar um namorado. Permissão que é concedida, uma vez que ela de fato arruma um.
Deste dia em diante a garota começa
a agir de forma estranha, ela se distancia das amigas e adota um comportamento
frio e vazio. Suas amigas percebem que há algo de errado, mas começam a notar
mesmo a gravidade do problema quando começam a ouvir e sentir uma presença no
dormitório; uma presença que, suspeitam, é a responsável por fazer Mawar, uma garota feliz e vibrante, ser essa pessoa agora amarga e grossa. É então que resolvem procurar ajuda com outra garota da
universidade que se diz médium e, a partir daÃ, as coisas desandam na vida de
todos os envolvidos.
“Do You See What I See” é um filme de ritmo lento que busca se desenvolver por meio do suspense por trás desse “namorado”. Desde o começo fica claro quem é esse namorado, e de carne o osso é óbvio que não é. O suspense, portanto, não se constrói por meio desse mistério, que nunca fez questão de se fazer presente, mas sim por meio de o que, e não quem, é esse namorado. É uma entidade maligna, claro, mas de qual tipo? Essa é a grande questão abordada aqui.
Na Indonésia os mortos são enterrados envoltos numa mortalha branca – inclusive já rodou pela internet no passado algumas lendas urbanas a respeito de fantasmas desse tipo que foram vistos na zona rural do paÃs, vÃdeos que ficaram famosos pelo tom sombrio, aliás – e é justamente isso que confere um tom macabro e sombrio ao filme. Na cena em que ele aparece atrás dos lençóis da dona do dormitório é um bom exemplo de uma boa construção de cena. No entanto, esse suspense não segue com o filme durante toda a sua duração. Isso acontece pela exposição de certos acontecimentos que ficam repetitivos e, por isso, cansativos. O uso excessivo de jump scares também contribui negativamente por conta de, dentre várias coisas, sua ineficiência – já é um recurso batido que raramente funciona de fato nos filmes, mas que, por algum motivo, a maioria dos diretores atuais adoram usar. Junta-se a isso o fato de que há muito tempo para pouca história – o filme tem 109 minutos – para logo o desinteresse aparecer. Isso sem contar as atuações que também não convencem. Há, contudo, um elemento que, se houvesse um pouco de ousadia no diretor e nos roteiristas e que, se fosse utilizado, conferiria mais morbidez e, consequentemente, se bem aplicado, elevaria a qualidade da obra... Mas é um elemento deveras extremo e nojento e muito provavelmente não foi utilizado porque não existe na história original abordada no podcast. Mesmo assim seria interessante, mesmo que se apenas sugerido.
Infelizmente o resultado final não é bom, há tantos outros filmes daquelas bandas que são infinitamente melhores. Mesmo assim, fica a recomendação para os curiosos, pois nem tudo é ruim; há passagens que são assustadoras, mesmo que levemente. E a aparição da entidade, na verdade a estética dela, é um fator positivo – mas não chega a ser um mérito de fato, uma vez que, como disse, os mortos são enterrados nessa cultura dessa forma, ou seja, existem outras abordagens que usam essa mesma estética e que chega a ser mais eficiente.
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