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Diretor: Joseph Winter, Vanessa Winter
Roteiro: Joseph Winter, Vanessa Winter
Elenco: Joseph Winter, Melanie Stone, Jason K. Wixom, Pat Barnett, Marty Collins, Perla Lacayo, Cylia Austin-Lacayo, Hayden Gariety...
Gênero: Found Footage / Mockumentary
Ano: 2022
PaÃs: Estados Unidos / Reino Unido
Duração: 88 min
Em busca de recuperar a confiança de seus seguidores a angariar outros novos, Shawn Ruddy (interpretado pelo próprio diretor do longa, Joseph Winter) é um criador de conteúdos para internet onde grava vÃdeos fazendo todo tipo de insanidade imaginável, inclusive vÃdeos onde se coloca em risco para conseguir curtidas e visualizações. Por conta de uma polêmica, que acabou desmonetizando seu canal, o streamer, que diz ter se colocado a prova para superar tantos medos, volta à ativa para novamente se colocar em perigo frente ao que considera ser seu maior medo: fantasmas. Seria seu maior esforço para compensar seus erros e voltar com tudo como criador de conteúdo: passaria uma noite inteira fazendo uma livestream numa casa assombrada onde mortes aconteceram ao longo de sua história.
Munido de várias câmeras cujas quais ele vai colocando em quartos especÃficos da casa onde aconteceram as mortes, o espectador vai acompanhando os acontecimentos. Com uma câmera presa à sua cabeça e outra no peito, é possÃvel observar em tempo real tudo o que acontece ao seu redor. Desse modo, Shawn anda pela casa em busca dos fantasmas enquanto conta para o público as histórias por trás dos cômodos assombrados pelos quais ele passa: suicÃdio, assassinatos etc.
A primeira metade do filme entrega cenas cuja construção do suspense mostra-se eficiente. Conforme o espectador, que se junta ao público que o acompanha na live, vai descobrindo o que aconteceu naquele local, como o suicÃdio de uma jovem próximo à escada que vai para o segundo andar, por exemplo, o suspense vai crescendo, pois, os segredos da casa, além de revelados aos poucos, mantem a atenção do espectador que presencia acontecimentos e ouvem sons que podem ou não terem sido causados por alguma presença sobrenatural. Até certo ponto não fica claro, até porque há uma tempestade a caminho e ventos fortes e trovões podem ser ouvidos ocorrendo à distância; o próprio vento, ou até mesmo os galhos das árvores ao redor, podem ser alguns dos responsáveis pelo que se pode ser ouvido. Óbvio que a intenção não é enganar o espectador, que já sabe desde o inÃcio que há, de fato, algo maligno naquele ambiente. Mesmo assim, o fato de haver essa construção de atmosfera com esses elementos ajuda no desenvolvimento do suspense. O espectador fica preso e em alerta porque pode ser que algo macabro apareça na frente da câmera a qualquer momento.
A segunda metade, por outro lado, deixa a desejar por abrir mão do que foi construÃdo até então para abraçar o absurdo; a história fica exagerada e passa a assumir um tom de paródia, quase de forma carnavalesca. Muita coisa é mostrada e a tensão e desconfiança, que eram o ponto forte da primeira parte, já não mais existem. Agora o que passa a assumir o controle é o grotesco. Não que isso por si só seja o problema, mas sim a forma como foi retratado. Sair do sutil (mesmo que a atuação do streamer não seja – o que dá para entender, afinal streamers agem realmente dessa forma) para o exagerado e praticamente de modo instantâneo, sem aviso prévio, faz quebrar o contrato que o roteiro tinha assinado com o público até ali. Mesmo assim, o que se vê nesses momentos é pura diversão, ainda que destoe, e muito, do que tinha sido construÃdo antes.
No final, “Deadstream” se mostra um bom filme, com bons
momentos de tensão e suspense em sua primeira parte (vale dizer que a casa
também ajuda nisso) e diversão com mais nojeira e cenas grotescas na segunda. Como curiosidade fica o fato de o filme ter sido gravado na mesma casa de "Traição", filme de 1999 dirigido por Louis Morneau e estrelado por Jim Belushi. E na cena onde ele retira de sua mochila um tabuleiro ouija é possÃvel ver escrito no topo os dizeres "Klaatu Verata Nikto", que é uma frase surgida no filme "O Dia em que a Terra Parou", de 1951, mas popularizada como "Klaatu Barada Nikto" no "Evil Dead: Army of Darkness", em 1992.
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