quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Maratona de Halloween 2024: #7, Hangman (2015)

 

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Diretor: Adam Mason
Roteiro: Simon Boyes, Adam Mason
Elenco: Jeremy Sisto, Kate Ashfield, Ryan Simpkins, Ty Simpkins, Eric Michael Cole, Amy Smart, Ross Partridge, Ethan Harris-Riggs, Vincent Ventresca, Bruno Alexander, Erika Burke Rossa...
Gênero: Found Footage/Horror
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Duração: 85 min

Já faz alguns muitos anos que filmes no estilo found footage têm sido feitos a exaustão. Esses novos exemplares lançados a cada ano geralmente não entregam nada novo, com raríssimas exceções (REC, de 2007) todos são feitos da mesma maneira, com os mesmos clichês, com a mesma fórmula. Percebe-se que são filmes cuja única pretensão é o lucro, com isso nos deparamos ano após ano com produções enlatadas que nada tem a oferecer a não ser um entretenimento efêmero para aqueles com pouca ou nenhuma exigência.

Hangman é apenas mais um nessa maré, com exceção de que a história é contada através de nada mais nada menos que do ponto de vista do próprio assassino.  Soou interessante, não? Novo, talvez? Pois é, interessante a uma primeira impressão; novo, não. Quer dizer, certo filme cuja premissa se assemelha já havia sido lançado um ano antes, e este filme chama-se "Creep" (2014). Este não nos conta uma história necessária e diretamente a partir do ponto de vista de um assassino, mas segue basicamente esta linha. Quem viu sabe do que estou falando - não entrarei em detalhes por causa de spoilers, mas adianto que é outra dessas exceções e merece ser visto.

Voltando a Hangman, a trama segue acompanhando uma família que, ao voltar de viagem, depara-se com sua casa completamente virada do avesso. Ela foi invadida por alguém que, além de desarrumar, quebrar e bagunçar tudo, também resolveu ali morar nesse meio tempo. O chefe da família, Aaron (Jeremy Sisto) liga para polícia, que vasculha a casa e nada encontra. A família então tenta retomar seu cotidiano, apesar da desconfiança. Beth (Kate Ashfield), esposa de Aaron, juntamente com o mesmo solicitam a troca das fechaduras e também que um sistema de alarme seja instalado, mas o que eles não esperam, junto com seus filhos Marley (Ryan Simpkins) e Max (Ty Simpkins) - o caçula dos dois filhos - é que o invasor ainda não foi embora.

Uma história com potencial desperdiçado com as mesmas e velhas convenções do gênero, os mesmo clichês de sempre e um roteiro sem muito a oferecer. No início ficamos interessados por saber que o invasor ainda vive ali, a espreita, escondido no sótão, num pequeno esconderijo pelo qual passa a vigiar a família por meio de uma tela de computador que monitora os cômodos da casa através das várias microcâmeras que ele próprio espalhou pelo ambiente. A tensão então se estabelece, pois o expectador sabe do perigo iminente, ao contrário da família que, apesar da desconfiança de que há ainda algo de errado, não faz ideia de que há um estranho vivendo entre eles.

Infelizmente uma hora e vinte e cinco de filme é muita coisa para um roteiro pouco inspirado. Não demora muito para que a trama se torne repetitiva. Inicialmente o invasor se limita a andar pela casa somente quando todos estão dormindo, no entanto, ao tornar-se mais seguro, não demora a espreitar-se também durante os momentos nos quais eles estão acordados, mas não importa o quê, ninguém nunca o encontra. Por vezes passam raspando um do lado do outro - como no momento do jantar, onde Aaron fica de costas para o invasor que, por sua vez, espera-o virar-se com uma faca empunhada em mãos -, mas sem sequer perceber a presença invasora. De início é uma tática interessante do roteiro e até certo ponto bem executada pelo diretor, mas não demora até esses momentos começarem a repetir-se exaustivamente tornando tudo aquilo interminavelmente maçante.

Percebe-se a falta de inspiração dos roteiristas Simon Boyes e Adam Mason (também diretor). A impressão é que estavam perdidos enquanto escreviam esse fiapo de história. O quarto de Max é um dos locais por onde o invasor adorava fazer algumas visitas. Em sua primeira visita o invasor acaba acordando Max que, aos prantos, grita por sua mãe que imediatamente vai ao seu quarto para então ouvi-lo dizer que acabara de ter um pesadelo. Isso ocorre para que em certo ponto da história o espectador possa descobrir que o invasor conversa com Max enquanto este dorme, dizendo coisas ruins (que posteriormente causará uma briga entre esposa e marido) e até inspirando-o a desenhar coisas sinistras. A história já se mostrou tão estéreo até certo ponto, que mais este absurdo apenas coroa a falta de criatividade com a qual os responsáveis resolveram encher o roteiro.

Com isso, o diretor e roteirista acabam presos dentro de sua própria armadilha, pois sem ter fatos novos a trabalhar, acabam por repetir-se, entregando uma história cíclica onde pouco acontece e o clímax nunca chega, e quando finalmente chega se mostra um alívio ao olhos do público que conseguiu chegar até o fim de toda aquela enrolação.

Hangman, portanto, não se mostra nada além do mais do mesmo. Possui alguns bons momentos iniciais de tensão que não se sustentam ao longo do filme, sendo exaustivamente repetidos até perderem o efeito, além de momentos absurdos para preencher algumas lacunas de um roteiro pouco inspirado. Talvez funcionasse melhor como um curta metragem, mas fracassa como um longa-metragem que é. 

Texto escrito em 2017


 

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