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Diretor: Natalie Erika James
Roteirista: Natalie Erika James, Christian White, Skylar James
Elenco: Julia Garner, Dianne Wiest, Kevin McNally, Jim Sturgess, Marli Siu, Rosy McEwen, Andrew Buchan, Anton Blake Horowitz, Tina Gray, Patrick Lyster...
Gênero: Terror/Suspense
Ano: 2024
PaÃs: Estados Unidos/Austrália/Reino Unido
Como primeiro filme da maratona, porque não começar com o prequel de não apenas um dos filmes mais aclamados dos anos 60, mas também da história do cinema? “Apartamento 7A” se propõe a mostrar os acontecimentos que antecedem os de “O Bebê de Rosemary” (1968) – dirigido por Roman Polanski que dispensa comentário. Aqui, Natalie Erika James foi a escolhida para assumir a direção do longa, muito por ter chamado atenção com seu filme de estreia, o anterior “RelÃquia Macabra” (2020).
Lançado pela Paramount+ no dia 27 de setembro, “Apartamento 7A” conta a história de Terry Gionoffrio (Julia Garner), que tenta recuperar e alavancar a carreira após sofrer um acidente numa peça de dança, onde torceu o tornozelo de modo que a deixou com uma sequela. Incapaz de executar um salto de forma consistente por causa do tornozelo fragilizado, a dançarina acaba encontrando refúgio no apartamento tÃtulo do filme, que lhe é oferecido por um casal, Roman Castevet (Kevin McNally) e Minnie Castevet (Dianne Wiest). O casal, simpático e acolhedor num primeiro momento, começa a mostrar suas reais intenções ao oferecer à Terry o apartamento ao passo que a história caminha. E então que as coisas começam a ficar macabras.
Terry é convidada pelo casal a ir à uma festa onde o diretor da peça, Alan Marchand (Jim Sturgess), a qual ela está concorrendo estará presente – na verdade acontece na casa dele. O que acontece, no entanto, é que o casal e mais ninguém vai, deixando-os sozinhos, ela o diretor. É nesta “festa” onde eles se conhecem melhor e Terry acaba participando do momento mais sinistro de sua vida, o que, nos dias seguintes, a deixa com lembranças cujas quais ela não consegue distinguir se são reais ou imaginação.
Um dos problemas aqui, porém, é que o espectador sabe exatamente o que está acontecendo, ao contrário da protagonista. O filme não procura confundir o espectador, que sabe desde o inÃcio as reais intenções de todos ali, inclusive do simpático casal. Para quem assistiu ao original, talvez isso não fosse problema, afinal eles já sabem muito bem quem é o casal e suas intenções, no entanto, para um público novo, e até mesmo para os antigos, um pouco de manipulação não faria mal. O fato de o espectador estar sempre um passo à frente da personagem, aqui, não surte efeito prático. A dualidade que tem o original, por exemplo, que ajuda na criação da atmosfera e a construir um sentimento inquietante foi deixado completamente de lado, talvez para, por ser uma “continuação” – logo explicarei as aspas –, tentar se distanciar de fato, o que seria bom se não fosse ruim. No final das contas o que vemos, na prática, são cenas que inconfundivelmente mais do que lembram o filme de 68, misturam-se, à s vezes. E isso não é bom por inúmeros motivos: primeiro, pela incapacidade do roteiro de criar algo novo; segundo, pela falta de criatividade ao desenvolver personagens e construir cenas. E o final que no filme do Polanski é a reunião de tudo o que foi visto até então e chega a quase, ou talvez ser de fato, catártico. O espectador se vê numa situação tão macabra que chega a incomodar, no melhor sentido possÃvel da palavra. Aqui, por outro lado, o final, além de equivocado (e novamente, quem viu o original vai entender), é mais outro retrato da falta de criatividade dos envolvidos.
No final, o que se vê é um remake travestido de prequel, e feito, ao que parece, da forma mais preguiçosa possÃvel. Isso significa que o filme não tem qualidades? Muito pelo contrário. Por mais que a personagem principal não cative, a atriz parece realmente empenhada, assim como o casal de idosos, que estão realmente bons. E, claro, para além disso, há cenas que se destacam, mas não são muitas. No geral, a mediocridade permeia, infelizmente.
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