🎃🎃½Diretor: Damien Leone
Roteirista: Damien Leone
Elenco: Katie Maguire, Catherine A. Callahan, Marie Maser, Kayla Lian, Mike Giannelli, Sydney Freihofer, Cole Mathewson, Michael Chmiel, Marissa Wolf, Minna Taylor, Brandon deSpain...
Gênero: Terror
Ano: 2013
País: Estados Unidos
Duração: 82 minutos
Damien Leone é o nome por trás de umas das figuras mais icônicas do cinema de terror atual. Estreante como diretor e roteirista, mas experiente fazendo maquiagem e efeitos especiais para longas e curtas-metragens, foi aqui, em “All Hallows’ Eve”, onde ele fez a estreia de Art, um dos palhaços mais sanguinários da história do cinema de terror.
Com uma premissa simples e orçamento baixíssimo, o filme conta a história de Timmy (Cole Mathewson) e Tia (Sydney Freihofer), duas crianças que estão sob a supervisão de Sarah (Katie Maguire) na noite de Halloween. Após voltarem da rua, Timmy descobre uma fita VHS misteriosa no meio dos doces que conseguiu. Preocupada com o conteúdo da fita, Sarah não permite que as crianças a assista antes dela mesma, que a checa enquanto as crianças esperam na sala ao lado. Então o que ela vê é o que parece ser apenas mais um filme de terror. Desse modo, ela permite que as crianças assistam, mas com a condição de que ela retirará a fita caso ela fique extrema demais.
O conteúdo, nada mais do que três histórias de terror. Apenas mais um filme macabro que provavelmente algum vizinho maluco colocou na sacola das crianças para assustá-los, afinal, aquela é uma noite de Halloween, doces ou travessuras acontecem a noite toda, sendo que muitas vezes travessuras mais do que doces. Como já era de se esperar, o filme acaba ficando realmente mais extremo e, como combinado, Sarah o retira do aparelho e manda os dois para cama. Assustada, mas curiosa, acaba voltando para terminar de assistir. É ao término do filme que ela percebe que aquilo vai além de uma simples história de terror, de uma simples brincadeira de um vizinho.
Como diretor e roteirista de primeira viagem, a história, como já era de se esperar de um filme praticamente caseiro como este, não é das mais inventivas. O conceito de uma fita VHS carregar mistérios e maldições pode parecer interessante e até já foi explorado algumas vezes, mas aqui, talvez por causa do baixo orçamento, limita o diretor a construir a história em poucos locais que não contribuem com seu desenvolvimento, e a própria maquiagem – como será abordada mais a frente – compromete. Por exemplo, entre alguns cenários, grande parte do filme se passa em uma casa onde estão as crianças e a babá, e os cenários que podem ser vistos na fita, em locais pequenos como uma espécie de sala de espera numa estação de trem (você só vê a sala que possui pouquíssimos detalhes) e uma parte subterrânea para onde algumas pessoas raptadas por Art são levadas; não há grandes detalhes. E falando das cenas dentro da casa, e tantas outras, percebe-se que zooms são muito utilizados muito provavelmente para esconder problemas e diminuir a atenção num cenário com poucos atrativos visuais. Quando a câmera abre um pouco para mostrar mais, como no caso do segundo conto, dos extraterrestres, a evidência da falta de dinheiro usado no visual das criaturas faz com que o espectador torça para que o diretor volte com os zooms e mostre menos.
O palhaço Art, por sua vez, aparece poucas vezes. Aparece no conto da estação de trem na VHS e, depois, para a própria babá que, assustada com o que tinha acabado de ver na fita por um instante acha que pode estar enlouquecendo, até se assustar de verdade com o que vem depois; o final do filme é especialmente bastante violento.
Tentando compensar a história, o diretor então investe no que ele sabe fazer de melhor, que é a maquiagem e os efeitos e, justiça seja feita, há aqui, sim, uma maquiagem bem-feita – mesmo que em poucas cenas; não é sempre que se vê tal boa maquiagem se fazer presente. No primeiro conto, por exemplo a maquiagem é muito pobre, com as criaturas que aparecem no subsolo claramente parecendo um amontoado de borracha – o segundo conto mencionado acima, então, nem se fala, chegando ao ponto do ridículo. Já outras cenas, como as do final, são onde se percebe o bom trabalho do diretor como maquiador. As próteses usadas, o sangue e o gore como um todo chamam atenção. Mas isso só ocorre em poucos momentos, ficando visível que Leone poupou o pouco dinheiro que tinha à disposição para cenas específicas. Dessa forma, fica evidente os motivos que o levaram a priorizar certas cenas em detrimento de outras.
Art, portanto, é um vilão interessante, mas não muito explorado aqui. O interesse por parte do público – e, claro, do próprio diretor – levou-o a desenvolvê-lo em um filme próprio que posteriormente veio a virar uma franquia (“Terrifier”), com um terceiro filme prestes a ser lançado e um quarto já em pré-produção. Mas, voltando a falar de “All Hallows’ Eve”, o que se vê não é dos melhores filmes independentes, e parte dos problemas são causados pela falta de verba e por um diretor estreante que não soube contorná-los, e pouca criatividade. Acaba sendo divertido, no entanto, por causa de algumas cenas gore. A pouca metragem também contribui. Se fosse muito mais longo muito provavelmente descambaria para se tornar uma bomba, o que, reforçando, não é nem de longe o caso.
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